terça-feira, 18 de setembro de 2012

Em entrevista, Luciano Cartaxo promete mais transparência pública e uma creche por bairro

O PolíticaPB encerrou, no último domingo (16), a série de entrevistas exclusivas com os candidatos a prefeito de Campina Grande e João Pessoa. O entrevistado do dia foi Luciano Cartaxo (PT) que disputa a prefeitura da Capital. Durante a entrevista ele garantiu mais transparência pública e, pelo menos, uma creche por bairro. Confira a transcrição da entrevista.
 
1 - Por que quer ser prefeito de João Pessoa?
Sou candidato a prefeito de João Pessoa para poder retribuir tudo o que a cidade fez por mim. Moro aqui desde a infância. Em João Pessoa estudei, me formei, conheci e me casei com minha esposa Maísa, e constituí minha família. Sou um cidadão que vivo nossa cidade e que veste a camisa de João Pessoa. Vou à igreja, frequento jogos de futebol, participo da vida social e cultural de nosso município, não só em tempo de eleição. Acho que tenho muita identidade com a cidade e minha experiência política me permite contribuir muito para melhorá-la. Além da experiência como vereador por quatro mandatos, como deputado e como vice-governador do Estado, tenho a honra de ser o candidato do presidente Lula e apoiado pelo prefeito Luciano Agra. Com 24 anos ininterruptos de filiação ao PT sem nunca ter tido um único processo na Justiça, nosso governo terá as portas abertas no Governo Dilma para buscar recursos e investir nas melhorias da nossa cidade. Nosso programa de governo foi construído ouvindo as demandas da população e, ao mesmo tempo, com muito estudo técnico, para avaliarmos as possibilidades dos projetos. Queremos uma cidade com inclusão social e desenvolvimento de forma sustentável e humana.
 
2 - No seu plano de governo, estão previstos investimentos e ações diretas para Saúde, Educação e Segurança? Quais?
Sim e todos esses pontos são prioridade em nosso programa de governo. João Pessoa tem 180 equipes de Saúde da Família que atendem 92% da população. Nosso compromisso com a saúde é atender 100% da população, expandindo o Programa para mais 20 bairros, como Geisel, Torre, Colinas do Sul, Expedicionários, Água Fria e Planalto da Boa Esperança. A gestão vai mobilizar esforços para garantir médicos em todas as unidades de saúde, por meio de concursos públicos para garantir a estabilidade do servidor e o vínculo com a comunidade. Vamos implantar o “Saúde é melhor em casa”, um projeto de atendimento domiciliar, em que uma equipe formada por médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde irá atender, em horários normais, finais de semana ou feriados. Vamos construir quatro Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), ampliar a entrega de remédios e agilizar o resultado de exames especializados na rede municipal.
 
Na educação, vamos atuar para ampliar o acesso e melhorar a qualidade do ensino. João Pessoa terá, pelo menos, uma creche em cada bairro. Vamos universalizar a educação infantil entre 4 e 5 anos e triplicar o número de escolas em tempo integral em quatro anos. Vamos apoiar as escolas com baixo Ideb para melhorar seu desempenho, investir em educação inclusiva e digital e abrir as escolas nos fins de semana e nas férias, para que a comunidade participe delas, com atividades de esporte e lazer. Queremos também valorizar o profissional em educação. Quanto ao professor, vamos fazer de tudo para que possa se dedicar exclusivamente às escolas da rede municipal, melhorando salário, carreira e adequando sua carga horária. Nossa ideia é implantar o programa Geração Conectada, que vai ter como foco preparar a criança para o mundo digital.
 
Em relação à segurança, vamos ajudar a diminuir os índices de violência. Para isso, implantaremos o projeto João Pessoa Mais Segura, que vai mapear os locais e estudar os índices, integrando a Guarda Municipal e a polícia civil para o monitoramento dos principais pontos de violência. Com isso, esperamos garantir a participação comunitária e fazer com que os cidadãos denunciem e interajam com o sistema de segurança, pois acreditamos que a segurança começa em casa. A ideia é também promover a inclusão social e garantir segurança para todos os grupos sociais. Nossa proposta é a construção de centros de referência, ou seja, espaços em que as pessoas poderão denunciar e receber acompanhamentos jurídico, médico e psicológico. Vamos criar o conceito Anjos do Bairro, que é a contratação de moradores para vigiar a rotina do local. Serão como agentes comunitários de saúde, só que para área de segurança. Eles receberão treinamento e atuaram na educação nos bairros e como canal de comunicação entre a PMJP e os cidadãos. Outra proposta importante é a criação do Plano de Combate às Drogas, com foco na prevenção, no tratamento e na repressão.
 
3 - O que você acha que deve ser feito de imediato na cidade?
Em todas as nossas caminhadas e nas nossas visitas às comunidades, percebemos que os maiores problemas e necessidades estão no acesso à saúde, à educação e à segurança pública. Vamos focar as primeiras ações nesses três temas, que são prioridade em nosso governo. Vamos manter as conquistas da cidade e as ações de Luciano Agra que deram certo, mas vamos ampliar essas conquistas. Para diminuir a violência, vamos mapear as áreas mais vulneráveis e atuar com câmeras de monitoramento e iluminação. Na educação, vamos avaliar o desempenho dos alunos e das escolas para elevar a qualidade nas que mais necessitam. Para a saúde, é importante que haja um diálogo com os demais prefeitos da região e que se amplie o atendimento básico e de urgência. Como eu sempre digo, nossa marca é o diálogo, tanto com a população quando com os servidores municipais, que são fundamentais para a gestão. O servidor motivado melhora a qualidade dos serviços.
 
4 - Caso eleito, durante o seu mandato aceitará sugestões e reclamações da população?
Sem dúvida! Ninguém governa bem sem ouvir a população. Nossa marca é e sempre será o diálogo. Vamos fortalecer e ampliar os espaços de participação cidadã criados na atual gestão e criar outros, como o Conselho Municipal de Acompanhamento da Gestão e o Orçamento Participativo, que vão garantir a interação, a clareza e o diálogo nos atos da Prefeitura de João Pessoa. O Conselho será um instrumento importante para a transparência na gestão. Com ele, todos os processos licitatórios da Prefeitura serão acompanhados de perto pela sociedade. Outra forma de acompanhamento será o fortalecimento do portal de transparência do Município. Em casa, o cidadão poderá ter acesso aos dados de despesas e receita da Prefeitura, o que permite saber como o dinheiro público está sendo gasto. Outra maneira de ouvir as necessidades e garantir uma gestão democrática é o Orçamento Participativo, que será uma maneira de melhorar e ampliar o Orçamento Democrático. Hoje o OD é focado na questão de obras. Queremos que o cidadão passe a discutir a gestão. Vamos debater as políticas de educação, de esporte, fazer plenárias sobre a mulher, sobre como anda a gestão. E para aproximar ainda mais o Governo dos bairros, vamos ampliar o número de subprefeituras em João Pessoa. A ideia é trazer mais quatro núcleos, que vão se somar ao que já existe no bairro de Tambaú.
 
5 - Se eleito, quais serão as prioridades da sua administração?
Sem dúvida saúde, educação, transporte e trânsito, emprego e segurança pública. São os itens mais falados pela população em todas as nossas caminhadas e reuniões nos bairros e nas comunidades. Mas não atuaremos pontualmente, de forma desarticulada. Quando falamos em saúde e educação, por exemplo, temos que desenvolver ações relacionadas à cultura e ciência e tecnologia. Quando falamos em transporte e trânsito, temos que agir articulando este tema com infraestrutura urbana e mobilidade. Quando atuarmos no quesito segurança, temos que articular educação e direitos da pessoa humana. Procuraremos desenvolver soluções inteligentes e inovadoras para resolver os problemas da cidade. Quando construirmos uma obra de infraestrutura, por exemplo, pensaremos nas pessoas que terão acesso a ela e estas pessoas tem necessidades relacionadas à saneamento básico, moradia, assistência social e outros temas. A tendência mais moderna da administração é pensar as ações de governo de forma intersetorial, objetivando beneficiar o cidadão como um todo.
 
6 - Disponibilizaria o seu e-mail e telefone para população entrar em contato com você depois de eleito?
Claro que sim. Vamos implantar o programa e-governo. As ações cotidianas do prefeito serão informadas à população. Teremos uma página na internet com endereço eletrônico, Twitter, Facebook, Orkut, telefone e outros instrumentos para uma comunicação direta. A população poderá sugerir, por exemplo, assuntos que eu poderei falar em reuniões com ministros, secretários, governador do Estado etc. Isto já foi implantado em cidades como Porto Alegre e ajudou a aproximar muito o governante do povo.
 
7 - Você é contra ou a favor do aborto? Como pretende tratar esse tema na sua gestão caso seja eleito?
Sou cristão, tenho dois filhos e pessoalmente sou contra o aborto. Mas não posso deixar de considerar o sofrimento de centenas de mulheres que são obrigadas a abortar e, por serem pobres, não têm a estrutura que muitas famílias ricas tem para abortar em condições higiênicas. Nenhuma mulher fica feliz em abortar, pelo contrário: o aborto tem efeitos terríveis em quem o pratica. Trata-se de um assunto de saúde pública. Os serviços de saúde pública devem estar preparados para dar uma resposta às necessidades das mulheres. É necessária uma sociedade bem informada e com acesso aos métodos contraceptivos e planejamento familiar. No nosso governo, vamos cuidar da saúde feminina, a exemplo da criação do Complexo de Atenção à Mulher que vai cuidar dos diversos aspectos de sua saúde. Temos que criar condições para as mulheres evitem o aborto. No caso extremo de ter que fazê-lo, numa emergência, a rede pública deve atendê-las de forma digna. É importante que atuemos em uma sociedade bem informada quanto ao assunto. Para isso, vamos oferecer orientações e acesso à mulher para que ela também possa prevenir uma gravidez indesejada.
 
8 - Os crimes de homofobia têm crescido nos últimos anos em João Pessoa. Quais serão as políticas públicas adotadas na sua gestão?
A preservação da vida será, como eu já disse, uma das prioridades de nosso governo. Sou cristão, repito e, portanto, contra toda forma de preconceito e discriminação. O combate à homofobia se dará dentro da nossa política de segurança pública e da promoção dos direitos da pessoa humana. Para isso, vamos criar o Centro de Referência Municipal de Combate a Homofobia, com recursos específicos, e desenvolver ações no sentido do respeito à diversidade humana e suas manifestações. Acredito que a escola poderá cumprir um papel fundamental de educar as pessoas para o respeito ao outro, desde criança.
 
9 - O assunto do momento é Mobilidade Urbana. Quais os seus projetos nessa área? Você acredita que esses projetos terão viabilidade na capital?
Nossa cidade já alcançou mais de 700 mil habitantes e queremos governá-la preparando-a para o futuro, para quando alcançar um milhão de habitantes. Uma das ações prioritárias de nosso governo será a melhoria da mobilidade urbana na cidade. Nosso principal projeto será o Pac da Mobilidade. Nele, em parceria com o governo da presidente Dilma, vamos investir quase R$ 190 milhões para criar corredores exclusivos para ônibus com capacidade para 200 passageiros, em linhas expressas, com terminais de integração multiserviços e bicicletários. Isso vai desafogar o trânsito nos corredores Epitácio Pessoa, Cruz das Armas, 02 de Fevereiro e Pedro II e tornar as viagens dos cidadãos mais rápidas e confortáveis. Atualmente, a cidade possui 30 km de ciclovias. Nossa meta é aumentar para 80 km. De acordo com pesquisa de origem-destino vamos identificar novas rotas de deslocamento da população e estudar a implantação do chamado Veículo Leve sobre Trilhos – VLT, um meio de transporte mais rápido, seguro e menos poluente, complementar aos outros modais de transporte.Outra ação que desenvolveremos é o programa Calçada Livre. Queremos, em quatro anos, padronizar todas as calçadas do Centro da cidade e das principais ruas dos bairros, para melhora o deslocamento dos cidadãos. Vamos também construir rampas padronizadas, melhorar a sinalização de trânsito (inclusive para os deficientes auditivos) e o acesso aos prédios e passeios públicos.
 
10 - O que é democracia para você?
Desde os tempos de universidade que luto por democracia. Acredito que democracia não é só votar, embora o direito de escolher os governantes seja a base de tudo. Mas acredito que não existe democracia plena sem duas coisas: o direito dos cidadãos a uma vida digna e a participar das decisões que afetam seu cotidiano. Em nosso governo, trabalharemos com esta visão de democracia: o direito de votar, o direito a participar e o direito à dignidade humana. O Brasil tem melhorado muito nos últimos anos, mas nosso país ainda é muito desigual. O mesmo vem ocorrendo com nossa cidade. O verdadeiro democrata, no entanto, não se contenta com eleições. O verdadeiro democrata é aquele que busca a redução destas desigualdades e o estabelecimento de uma base comum de direito a todas as pessoas, que passa por moradia, trabalho, saúde, educação, esporte, cultura e lazer. Como tenho dito nas nossas visitas, vamos governar para quem mais precisa.


Fonte: com informações de Política PB

Nenhum comentário:

Postar um comentário